quarta-feira, 29 de abril de 2015

PIB EUA

Mais um número decepcionante vindo da maior economia do mundo. Já perdemos a conta de quantos números vieram abaixo do esperado, desde o fim do QE3.

Segundo dados do BEA (Bureau of Economic Analysis), o PIB dos EUA cresceu somente 0.2%, contra expectativas (até ontem) de 1.25% ou de quase 3% há algumas semanas.

Esse número só não foi pior graças ao maior estoque dos últimos tempos, que adicionou quase 3% ao PIB. Sem esse crescimento no trimestre, o crescimento do PIB dos EUA seria de -2.6%! Obviamente não esperamos que esse número se repita.

Além do frio no inverno, que parece ter surpreendido algumas pessoas, a única coincidência que vemos foi o fim do QE. Por isso, achamos que não haverá alta de juros significativa nos EUA, e sim a volta do QE.

Claro que não estamos sugerindo que o QE seja necessário nem mesmo bom – acreditamos que ele é maléfico para a economia, pois deforma totalmente a alocação de capital e premia grandes investidores e hedge funds em detrimento da economia real.

No entanto, acreditamos que a volta do QE seja algo que o FED vai ter que apresentar novamente, pois como eles querem gerar um “efeito riqueza”, mais dinheiro terá que ser impresso para poder aumentar ainda mais os preços dos ativos reais.

Continuamos sugerindo aos nossos clientes que tenham exposição aos metais preciosos.


terça-feira, 14 de abril de 2015

Inflação no Japão

Artigo publicado na Bloomberg ontem com o título “The Curious Case of Japan´s Hidden Inflation” reforça nossa visão sobre como são feitos os cálculos nesses Bureaus.  

O artigo diz que o BC Japonês (BoJ) acredita que a inflação já desapareceu, enquanto que o público, que sai para fazer compras todos os meses, diverge brutalmente desse ponto de vista. Afinal, como já dizia o humorista norte-americano Grouxo Marx, em quem você vai acreditar, em mim ou nos seus olhos?

A inflação oficial, medida pelo BoJ, está em cerca de 2%, enquanto que a inflação medida pela percepção do público passa dos 5.5%.

Como a inflação está em alta (e, na nossa opinião, acelerando), a única solução para os Bancos Centrais não aumentar os juros e acabar com a farra da liquidez é mentindo sobre a inflação. Afinal, sem inflação, não há necessidade de elevar os juros.

Continuamos recomendando ouro e metais preciosos aos nossos clientes como maneira eficaz de se proteger da insanidade dos Bancos Centrais.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Índia e Ouro

O preço do ouro está em alta hoje depois que a Índia divulgou relatório de março mostrando que as importações subiram astronomicamente para 125 toneladas no mês (ou o dobro do que foi importado em março de 2014).

As importações de ouro daquele país para o ano fiscal 2014/15 terminaram em março em 900 toneladas, ou uma alta de 36% sobre o ano anterior.


Parece que a relíquia bárbara ainda tem fôlego...

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Hong Kong bubble


“China's Shanghai Composite briefly rose above 4000 for the first time since 2008, but it was the surge in the Hong Kong stock market that showed the Chinese bubble is finally spilling over, in the form of a blistering rally on the Hang Seng which rose nearly 4% on immense volume which at 250 billion Hong Kong dollars ($32 billion) was three times the average daily volume over the past year and nearly 20% more than the previous record volume day in October 2007, at the height of the pre-financial crisis bubble.” 
And here’s the only chart you need to understand how this will end:




source: zerohedge

terça-feira, 7 de abril de 2015

Jobs Report

Another US employment report was released last Friday (Good Friday), a Christian holiday. The BLS "had" to published this report just before the holidays, hoping that few people would see it.

Figures for March were very bad, indicating the creation of only 126 jobs, against an average expectation of 248, with the lowest expectation of 200 thousand. So it was a very weak report as we expected, but a big surprise for the market.

The BLS also revised the numbers for the previous employment reports and reduced the number of jobs created by 69mil. According to the revised January report, 201,000 jobs were created instead of 239mil. According to the revised February report, there were only 264,000 jobs created, compared to the previously disclosed 295mil. They fixed the mistakes, which we have been pointing out for some time (see previous posts), when we said that the numbers appointed by the BLS were less than accurate.

To make it even more interesting, the participation of Americans in the labor market reached a new record low since 1978, with more than 93 million Americans out of the labor market.

This was a shock for those who expected that the Fed would raise interest rates from mid-2015. In her last speech, Janet Yellen, president of the FED, made it clear that she was keeping an eye on the labor market and any rise in interest rates would be dependent on this indicator.

As we have been saying, there is no improvement in the US economy and the lack of QE will make it more visible.

And, again, we need not to discuss the quality of jobs created – as usual, many part-time and low value jobs were added.

It is noteworthy that the part-time jobs, responsible for much of the creation of jobs in recent months, work well in an uptrend (when two part-time employees are hired in place of a full-time employee), but are disadvantageous for the Government in the downtrend, with the opposite effect. Many companies laid off workers who worked full-time and hired new employees working part-time and this improved the numbers. When these companies begin to cut back, the number of layoffs will be scary.

We believe that the US dollar will weaken further. It gained strength in recent months with the market expectation of an imminent rise in US interest rates. As we now know, this rate rise will not come anytime soon ...


Again, an exposure to precious metals work as an excellent hedge against a weak dollar.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Relatório de Emprego

Mais um relatório de emprego nos EUA foi divulgado na última sexta-feira (sexta-feira da Paixão), um feriado cristão. Normalmente, o BLS não divulga números nos feriados, mas esse "teve" que ser publicado, na esperança de que poucas pessoas o veriam.

Os números referentes a março foram péssimos, indicando a criação de somente 126mil empregos, contra uma expectativa média de 248mil, sendo a expectativa mais baixa de 200mil. Ou seja, foi um relatório bem fraco (como esperado por nós, mas uma grande surpresa para o mercado).

Aproveitando a ocasião, o BLS também revisou os números para os relatórios de emprego anteriores e diminuíram o número de empregos criados em 69mil. De acordo com eles, em Janeiro foram criados 201mil empregos, em vez dos então 239mil, e em fevereiro foram apenas 264 mil, ante os 295mil anteriormente divulgados. Consertou-se, assim, um erro grande, que já vínhamos apontando há tempos (ver posts em 9/1/15, 15/1/15, 6/3/15 e 12/3/15), quando dissemos que os números apontados pelo BLS estavam, no mínimo, errados.

Para ficar ainda mais interessante, a participação dos americanos no mercado de trabalho atingiu um recorde só visto em 1978, com mais de 93 milhões de americanos fora do mercado de trabalho.
Esse foi um balde de água fria para aqueles que esperavam que o FED fosse subir os juros já no meio do ano. No seu último pronunciamento, Janet Yellen, presidente do FED, deixou bem claro que estava de olho no mercado de trabalho e que a alta dos juros seria dependente desse indicador.

Como falamos, não há melhora alguma na economia dos EUA e a falta de QE vai deixar isso ainda mais visível.

Não precisamos nem discutir a qualidade dos empregos gerados – como sempre, muitos de meio-horário e de baixo valor agregado.

Vale ressaltar que os empregos de meio-horário, responsáveis por grande parte da criação dos empregos nos últimos meses, funcionam bem no mercado em alta (quando 2 funcionários de meio-horário são contratados no lugar de um funcionário de horário integral), mas são uma âncora no mercado em baixa, com efeito oposto. Assim como muitas empresas demitiram funcionários que trabalhavam horário integral e contrataram novos funcionários trabalhando meio-horário, quando elas começarem a demitir, o número de demissões será assustador.

Acreditamos que o dólar americano vai se enfraquecer. Ele ganhou força nos últimos meses com a expectativa do mercado de uma iminente alta na taxa de juros americana. Como sabemos agora, tal alta não virá tão cedo...


Mais uma vez, uma exposição aos metais preciosos funciona como um excelente hedge contra um dólar fraco.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Resultado Trimestral

Tivemos mais um bom trimestre, com nosso fundo multimercado subindo 4,8% no período – ou, como alguns preferem, com uma rentabilidade de 171% do CDI.

Na nossa opinião, a tão falada crise ainda nem começou. Ainda veremos muitas demissões e perda do poder de compra da população, o que poderá trazer ainda mais volatilidade aos mercados. Não achamos que está na hora de investir e que uma janela melhor para fazê-lo ainda não se abriu.

Cautela nesse momento é essencial. Nossa função esse ano é preservar o patrimônio. Acreditamos que quem adotar a estratégia de tentar adivinhar as altas e baixas pode estar suscetível a uma brusca variação no seu patrimônio, ou, como dizemos, é o equivalente a catar moedinhas à frente de um trator – se tudo der certo, se ganha algumas moedas, o que não fará diferença substancial no poder de compra. No entanto, se algo der errado, as consequências serão desastrosas. A relação risco x retorno simplesmente não compensa.

O mercado mundial apresenta uma volatilidade notável: 22 cortes de juros pelos Bancos Centrais esse ano (o Brasil é uma exceção);  a Suíça acabou com o “peg” do euro, fazendo com que uma moeda extremamente estável oscilasse quase 30% em um dia (não vemos isso nem em países emergentes, quanto mais na Suíça) para fechar o trimestre apenas 2,2% acima do dólar. Alguns países da Europa já têm taxas de juros negativas e há uma enorme bolha na China e acreditamos que seu crescimento não seja nem perto dos 7%, nos quais o mercado acredita (o que leva alguns a especular que virá um QE chinês). O mercado dos EUA também vive uma bolha espetacular, fomentada pela baixa taxa de juros e sucessivos QEs. É iminente, ainda,  a possibilidade de guerra na Ucrânia e no Iêmen, foram vários os ataques do Estado Islâmico, e houve o início do tão esperado QE Europeu – que já derrubou o euro ao menor nível em anos. Além disso, não há crescimento no Japão (apesar do QE japonês) e os preços do petróleo despencaram etc.


Continuamos investindo em ouro e em metais preciosos e recomendamos aos nossos clientes que façam o mesmo. É importante ter uma pequena parte do patrimônio em metais preciosos, já que eles representam uma proteção contra a insanidade dos Bancos Centrais.