terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Relatório de Final de Ano

Chegamos a mais um fim de ano com nossas previsões se concretizando: nada de aumento nos juros dos EUA e piora substancial da situação brasileira. E, claro, é importante ressaltar que nunca erramos nossa previsão anual de que todos os analistas vão errar as previsões! Queremos manter para 2015 essa nossa tradicional previsão.

Vale lembrar que os especialistas esperavam no começo do ano um crescimento do PIB do Brasil de quase 2% em 2014 e teremos sorte se crescermos 0,2%, ou 10% do esperado. Além disso, a inflação, que abandonou há tempos a meta (agora só se fala no teto da meta), continua a aumentar.

A situação brasileira é bem complicada e há de se esperar um agravamento até pelo menos meados de 2015; isso se a administração de Joaquim Levy à frente da Fazenda tiver autonomia para fazer o certo (coisa ainda não provada no governo Dilma).

O ano de 2014 terminou de maneira triste para o Brasil. Escândalos de corrupção cada vez maiores e sem punições, inflação subindo, PIB caindo, dólar nas máximas (apesar da atuação do BC), alta nos juros, preços represados, etc. Isso porque o segundo governo Dilma ainda nem começou... Realmente a pior das notícias é que ainda faltam 4 anos para ela sair (com uma boa dose de otimismo, o PT ficaria no governo por mais “apenas” 4 anos; mas aí a dose tem que ser cavalar).

Temos esperança que 2015 será um pouco melhor. Obviamente, o Brasil pagará um preço por uma péssima administração nos últimos anos, mas é melhor pagar esse preço o quanto antes. Assim, se os preços represados forem repassados ao consumidor, veremos um aumento na taxa de inflação, que levará certamente a um aumento na taxa de juros. Isso é um remédio amargo, mas que deve ser tomado.

Com o novo ministro da Fazenda, a contabilidade criativa deve diminuir seu ímpeto e teremos boas possibilidades de um ajuste sério.

Não acreditamos em PIB alto em 2015 e a inflação deve continuar alta. Isso com uma ajudinha do dólar. Ao contrário de todo o mercado, não esperamos um dólar forte para 2015, visto que não acreditamos na possibilidade do FED aumentar a taxa de juros nos EUA em 2015. Isso decerto ajudará o Brasil, assim como preços de combustíveis mais baixos.

Achamos importante falar sobre os EUA e nossas perspectivas para 2015. Uma vez mais, não acreditamos na alta de juros por lá. Aliás, achamos provável uma volta do Quantitative Easing (QE4), seja em 2015 ou no início de 2016.

Não vemos melhora da economia dos EUA e, apesar do dito crescimento de 5% do PIB no terceiro trimestre, o FED decidiu ser “paciente” para elevar as taxas de juros. Ora, se a economia está mesmo pujante como dizem, crescendo 5% a.a., por que manter a taxa de juros em zero?

Na nossa opinião, a economia dos EUA está tão fragilizada que não suportaria juros acima de zero. Eles estão em uma fase de “recuperação” que já dura 6 anos; isso depois de juros zero, QE1, QE2, QE3 e operação twist.

Como vimos falando há anos, o FED não pode subir os juros sem causar o estouro da bolha que ele mesmo criou. Caso os juros subam, os mercados acionários, que já passaram dos 18.000 pontos, de bônus e de residências (o preço médio de imóveis em Manhattan bateu recorde em 2014, passando de US$1,68 milhões) despencarão – o que anulará toda a política de crescimento pelo chamado “efeito riqueza” (quando o preço dos ativos sobe, as pessoas se sentem mais ricas e gastam mais dinheiro, estimulando a economia).

Assim, infelizmente, acreditamos que o FED vai continuar com sua política de juros zero até que os mercados se dêem conta de que tal política não pode acabar nunca sem uma grave crise.

Em 2014 vimos várias metas do FED serem “alcançadas”, sem que os juros subissem: taxa de desemprego abaixo de 6,5%, inflação acima de 2% e o FED continua paciente...

O absurdo dessa taxa de desemprego é notado ao se ver a participação no mercado de trabalho, que caiu para o menor nível desde 1976! Hoje existem mais de 90 milhões de americanos fora do mercado de trabalho. Não conseguimos ver isso como exemplo de uma economia vibrante e em pleno crescimento!

Além disso, o que os números não mostram é a qualidade dos empregos criados – de baixo valor agregado. De acordo com o Departamento de Estatísticas do governo, se um emprego de horário integral é perdido e são criados dois empregos de meio-horário cada, há um ganho líquido de um emprego na economia. Ainda que esses novos empregos de meio-horário tenham um salário total menor que o do emprego de horário integral, que não tenham os mesmos benefícios e que sejam totalmente incapazes de manter uma família, para o mercado, o importante é que foi criado um emprego novo!

Um risco que achamos que poucos estão levando em conta é o da não-recuperação da economia norte-americana e de um aumento no programa de estímulos à economia desse país - muito mais porque poucos acreditam que os EUA ainda estão em crise.

Quando nos dermos conta e virmos que tal recuperação inexiste – o que existe é somente uma alta nos preços dos ativos devido aos programas do FED - e que o próprio FED não tem a menor intenção de parar de imprimir dinheiro, vamos ver uma queda no dólar americano. Tal cenário trará repercussões importantes para a economia mundial que acreditamos não estarem sendo consideradas.

Vimos em 2014 mais programas de estímulos dos Bancos Centrais Europeu, Chinês e Japonês, com os mesmos resultados: alta nos preços dos ativos, queda na moeda e no poder de compra da população.

O risco de uma bolha imobiliária na China aumentou e vários analistas veem como o maior risco à economia global. Muitos deveriam se perguntar se a China está mesmo crescendo 7% ao ano, com o preço do petróleo caindo quase 50% de sua alta esse ano, minério de ferro e outros seguindo o mesmo caminho... Quando a economia da China era menor e ela crescia o mesmo tanto, os preços das commodities explodiam. Como é possível que a economia chinesa agora, muito maior que há alguns anos, possa crescer o mesmo tanto com impacto negativo nas commodities importadas?

A Bolsa japonesa também subiu bastante esse ano (quase compensando a queda no iene), devido a mais estímulos à economia desse país. É incrível que as pessoas continuem cometendo os mesmos erros esperando resultados diferentes. O Japão vive um período tenebroso de baixo crescimento há décadas e nenhum estímulo conseguiu mudar isso. O que eles (todos) precisam são justamente juros mais altos e mais austeridade fiscal.

No mundo todo, os Bancos Centrais veem imprimindo dinheiro e abaixando artificialmente a taxa de juros, esperando fomentar o crescimento. O que eles vão conseguir é uma inflação sem precedentes e uma desvalorização de suas moedas.


Gostamos do ouro como um ativo real que protege os investidores contra a insanidade dos Bancos Centrais. Neste ano, o ouro novamente teve uma boa performance, subindo mais de 10%. Esperamos bons números para 2015.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

FED ontem: mais do mesmo

Como amplamente esperado por todos, o FED removeu ontem a expressão “por um considerável período de tempo” de sua divulgação. Como esperado por nós, ele apareceu com uma nova palavra: paciente. O FED, então, será paciente para elevar as taxas de juros.

Paciência, ao nosso ver, quer dizer até quando o mercado permitir. Se o FED fosse subir a taxa de juros, já o teria feito. Temos que ter em mente que essa suposta recuperação da economia já dura 6 anos, com juros zero, QE e Operação Twist.


Mas tiramos o chapéu para o tanto que eles conseguem “enrolar” o mercado. Mais de 4 anos dizendo que em breve vão elevar as taxas de juros e o mercado ainda acredita. Nisso eles são realmente bons.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Russia to the rescue?

Estamos acompanhando as notícias dos mercados, especialmente as da Rússia. Com a grande desvalorização do Rublo, apesar do aumento da taxa de juros naquele país, vemos a chance de uma grande crise fora do espectro se aproximar.

A crise é causada pelo fortalecimento do dólar, especialmente frente a moedas de mercados emergentes, exportadores de commodities. A Rússia, cuja economia é altamente dependente do petróleo e gás, viu, com a queda de cerca de 40% na commodity nos últimos dois meses, a consolidação de uma crise.

A queda do petróleo, a nosso ver, é a primeira fatalidade decorrente do fim do QE, programa de compra de títulos patrocinado pelo FED. Mais virão, com certeza. Não acreditamos que as economias tenham piorado drasticamente em apenas dois meses e a única coincidência para a queda na commodity foi o final do QE. Vimos dizendo que existe uma bolha mundial em bonds, ações, commodities, etc., causada pela impressão desenfreada de dinheiro no mundo. Não é um movimento de ascensão das economias que causou um aumento de preços nos ativos, e sim os programas de QEs.

A situação na Rússia pode servir com uma boa desculpa para o início do QE4 e o comunicado do FED deve ser divulgado hoje, o qual o mercado espera que seja mais hawkish. Pode ser, mas vemos como praticamente certo mais um round de QE no médio-prazo.

Continuamos recomendando o ouro para o longo-prazo, como o melhor hedge contra a insanidade dos Bancos Centrais.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A Venezuela é logo ali...

Ontem à noite o Banco Central surpreendeu todos com um pequeno aumento da taxa Selic. A taxa subiu para 11,25%, de 11,00%, sinalizando uma preocupação com a inflação (gostamos da independência do BC, sempre velando pelo melhor para os brasileiros).

Obviamente, durante a campanha, a presidente negou que houvesse algum problema com a inflação e que subir os juros significaria mais dinheiro para os banqueiros e menos para a população.

Não gostamos de comentar sobre política no blog, mas é impressionante como as coisas evoluíram desde a reeleição da presidente.

Em apenas 3 dias, tivemos uma queda brusca no valor das empresas estatais, uma alta de juros, volatilidade imensa nos mercados em geral (o dólar então nem se fala), a liberação dos médicos cubanos para praticar a medicina livre no país (fora do projeto Mais Médicos “Cubanos”, desrespeitando o acordo com o CFM), a tentativa de um plebiscito sobre a reforma política (Venezuelização do país), início de conversas com Cuba para levar a indústria farmacêutica brasileira para esse país (produção de genéricos e similares na ilha e exportação dos mesmos para a América Latina), a assinatura de “Acordos” entre o MST e a Venezuela (com total anuência do governo) e a libertação do criminoso José Dirceu. Isso em apenas 3 dias!! Realmente eles estão trabalhando...


Imagina como será o Brasil no final do quarto ano de mandato da presidente, que ainda nem começou...

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Começaram as desculpas para o aumento do QE?

James Bullard, presidente do FED de St Louis, deu uma entrevista à Bloomberg há algumas horas. Nessa entrevista, ele disse que uma grande preocupação do FED hoje é com a inflação e com as expectativas de inflação, que estão baixas e caindo.

Segundo Bullard, a Europa é fonte de inquietação, já que o crescimento e as expectativas de inflação estão desabando.

Sua recomendação é que o FED utilize uma cláusula que ele mesmo criou, segundo a qual o Afrouxamento Monetário (QE) pode ser aumentado ou diminuído, de acordo com a divulgação de novos dados Com isso, Bullard sugere que o FED não termine o programa de QE na próxima reunião do FED (amplamente esperado pelo mercado), para mantê-lo “vivo” e que espere até dezembro para ver se há alguma mudança de rumo na Europa.

Com esse artifício, o FED pode muito bem aumentar o programa de QE (uma surpresa para o mercado, mas exatamente o que nós esperamos), para não deixar a deflação se abater sobre os EUA. É o que vimos falando há tempos – não haverá alta de juros (pelo menos não por vontade do FED) e o programa de QE deve ser retomado e aumentado. Para obter mais efeitos, a dose de QE deve ser elevada.

Não acreditamos que o que os EUA (ou qualquer outro país) precisem é de mais inflação. Com mais pessoas fora do mercado de trabalho e com as novas vagas sendo criadas em empregos de baixo valor agregado, o que o trabalhador precisa é de preços baixos. Como que uma pessoa comum pode se beneficiar se o seu salário não sobe e as coisas de que ela precisa  ficam cada vez mais caras? Como isso pode gerar empregos e crescimento? Juros baixos geram inflação dos preços dos ativos que beneficiam uma parcela pequena da população (detentores de empresas, imóveis, ações, etc), ao mesmo tempo em que pune todos com preços altos (elevação do custo de vida).

O que os EUA precisam agora é de juros altos para corrigir os excessos da bolha. É um remédio amargo, mas deve ser tomado o quanto antes, para salvar a vida do paciente. Infelizmente não acreditamos que o FED irá administrar esse remédio ao paciente agora...

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Mais Números...

Foi divulgado hoje o índice Empire State de atividade da manufatura. Ele recuou de 27,54 para 6,17 em outubro. Destaque para as quedas nos subíndices de Encomendas (de 16,86 para -1,73) e Embarques (de 27,08 para 1,12).

Depois de um número ruim, nada como outro... As vendas no varejo também recuaram (0,3% em setembro).

A parte interessante é que esse número ainda foi sustentado pela alta dos automóveis. Estamos diante de outro subprime, o dos automóveis – posição que vimos falando há algum tempo.

O governo vem fomentando a compra de automóveis novos com sua política de juros zero e isso tampouco acabará bem. Até onde for possível, as vendas de veículos vão subir, os executivos das montadoras receberão gordos bônus e políticos serão eleitos com base nessa “melhora” aparente. Infelizmente, sabemos de antemão que eventualmente a conta chega e, quanto mais demorar, mais cara fica.

Por último, foi divulgado também o índice de preços ao produtor - deflação de 0,1% na comparação mensal.

Com isso, vários “experts” estão prevendo que o FED deve demorar um pouco mais para elevar os juros. Como vimos falando há anos, o FED não pode subir os juros sem causar o estouro da bolha que ele mesmo criou. Caso os juros subam, os mercados acionários, de bônus e de residências despencarão – o que anulará toda a política de crescimento pelo chamado “efeito riqueza” (quando o preço dos ativos sobe, as pessoas se sentem mais ricas e gastam mais dinheiro, estimulando a economia).

Assim, infelizmente, acreditamos que o FED vai continuar com sua política de juros zero até que os mercados se dêem conta de que tal política não pode acabar nunca sem uma grave crise. E não descartamos um novo programa de QE.


Continuamos apostando no ouro (que já subiu 5% desde a nossa última publicação) como um bom hedge contra a insanidade dos Bancos Centrais.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Jobs Report

O tão aguardado Relatório de Emprego dos EUA saiu na sexta-feira passada. Esperava-se a criação de 215 mil novas vagas, mas o número veio (aparentemente) melhor que o esperado, com a criação de 248 mil.

Além desse número, a taxa de desemprego recuou para 5,9%, a menor taxa desde antes da crise iniciada em 2008.

Após a divulgação desses números, o mercado começou a preocupar-se com o movimento do FED e já começou a precificar um aumento da taxa de juros antes do esperado. Com isso, o dólar se fortaleceu e o ouro caiu para o menor patamar nesse ano, assim como a Bolsa norte-americana também caiu.

O absurdo dessa taxa de desemprego é notado ao se ver a participação no mercado de trabalho, que caiu para o menor nível desde 1976!!! Hoje existem mais de 90 milhões de americanos fora do mercado de trabalho. Não conseguimos ver isso como exemplo de uma economia vibrante e em pleno crescimento!!!

Além disso, o que os números não mostram é a qualidade dos empregos criados – de baixo valor agregado. De acordo com esse relatório, se um emprego horário integral é perdido e são criados dois empregos de meio-horário cada, há um ganho de um emprego na economia. Ainda que esses novos empregos de meio-horário tenham um salário total menor que o do emprego de horário integral, que não tenham os mesmos benefícios e que sejam totalmente incapazes de manter uma família, para o mercado o importante é que foi criado um emprego novo!


Continuamos afirmando que não há recuperação na economia norte-americana e que o ouro pode ser um bom hedge contra a insanidade dos Bancos Centrais, que manterão os juros próximos a zero por um período muito superior ao que o mercado estima. Aqueles que estão no mercado acionário hoje são como pessoas catando moedas à frente de um trator. A não ser que venha mais um programa de QE (provável), recomendamos cuidado.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Notícias de Hoje

Caixa Econômica é pressionada a ajudar Tesouro com mais dividendos
“O acordo da Caixa Econômica Federal com o governo federal, de reduzir à metade o repasse dos dividendos sobre o lucro líquido neste ano deve ser descumprido novamente.”

As contas podem fechar esse ano, mas será mais uma descapitalização da CEF que sofrerá em 2015 (assim como as contas de água, combustível, etc).

TCU deve bloquear bens de Graça Foster hoje; confira mais sobre CPI da Petrobras
“As polêmicas da Petrobras continuam, o TCU discutirá hoje se inclui a presidente Graça Foster na relação de responsáveis pelo prejuízo pela compra da refinaria de Pesadena, nos EUA.”
  
Demanda do consumidor por crédito cai 10,2% em julho, aponta Serasa
“A queda, segundo economistas da Serasa, mostra que o consumidor continua "relativamente retraído ao crédito tendo em vista as condições conjunturais mais adversas deste ano: estagnação da economia, juros mais altos, crédito mais difícil e menos nível de confiança dos consumidores" ”

Gasolina vai subir este ano
“Guido Mantega, ministro da Fazenda e presidente do conselho de administração da Petrobras, disse que reajuste dos preços dos combustíveis vai continuar normal, mas nega que haverá "tarifaço" após eleições.”

O que ele quis dizer com isso, não faço ideia. Um reajuste normal para a Petrobras (como os que vimos ultimamente) é um reajuste de zero. Vai entender o sr ministro!?!?!

 Oi tem prejuízo
“A operadora Oi (OIBR4) teve prejuízo líquido de R$ 221 milhões no segundo trimestre, frente a um prejuízo de R$ 124 milhões no mesmo período do ano passado. O Ebtida foi de R$ 2,55 bilhões, queda de 21,3% em relação ao segundo trimestre de 2013.”

Mais um prejuízo e a conta da Oi continua não fechando. Vamos ver como ficou a empresa desde a fusão com a PT: agora a dívida líquida (já descontando o caixa) da empresa é de pouco mais de R$46bi. Ela gera de caixa cerca de R$2.5bi, com um CAPEX de R$1.6bi. Assim, sobram cerca de R$900mi para o pagamento de dívida, impostos e dividendos. Imaginando que a taxa de juros seja de 10%aa, ela vai pagar só de juros (sem contar amortizações) R$4.6bi, ou R$1.15bi/trimestre. Assim, ainda vai faltar dinheiro para a empresa pagar o restinho dos juros – sem contar as amortizações, impostos, etc...

Se fosse só esse o problema, poderíamos até tentar imaginar que o business é sólido e tem boas margens, mas aí entra a governança corporativa. Estamos falando de um dos maiores b******s desse país (e também de Portugal) no comando dessa empresa. Aí fica muito difícil. Vocês se lembram da Telegangue, verdade? Saudades do Opportunity!!!  

A empresa hoje pertence aos detentores de dívida, não aos acionistas.

Ser minoritário desse pessoal é sofrer demais.

E todo dia é a mesma história: se ela fizer isso, será a pior coisa possível, mas aí acaba – o problema é que o saco de maldades dos controladores nunca acaba.... Já fazem 2 anos que eu acompanho essa empresa e sempre eles sacam algo para benefício próprio, em detrimento aos minoritários.

A única coisa boa dessa jogada, é que agora as ações estarão com uma só designação na Bolsa (ONs) e será uma corporation – mas devemos lembrar que os controladores ainda terão peso no Conselho...

Fundo brasileiro perdeu 51% de seu valor por causa de crise argentina
"Por conta da suspensão de pagamento de títulos de dívida externa emitidos pela Argentina e necessidade de mudar a metodologia da avaliação de alguns títulos ligados ao crédito, foram feitas provisões de perdas na carteira", disse o BNY Mellon DTVM.”

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Bloomberg

Bonds are rallying from the U.S. to Germany to Australia amid speculation the Federal Reserve will disappoint investors looking for signals it’s moving closer to raising interest rates from a record low.

terça-feira, 15 de julho de 2014

QE sem fim

Há pouco mais de uma semana, saiu o tão esperado “Jobs report”. Segundo ele, o número de empregos criados no mês de junho nos EUA foi de 288 mil, um número muito acima do esperado. Claro, mais um vez não podemos olhar os detalhes desse relatório, senão  acabamos descobrindo que ele foi, na verdade, muito pior do que o esperado.

Além disso, segundo o mesmo relatório, a taxa de desemprego caiu para 6.1%. Essa queda não ocorreu porque mais gente foi empregada, mas porque mais gente saiu do mercado de trabalho. A participação no mercado de trabalho caiu para o menor nível dos últimos 35 anos, 62.8%.

Dos empregos criados no mês de junho, 275 mil foram part-time e apenas 13 mil foram  full-time. Assim, quando o governo anuncia que foram criados 288 mil  empregos, na verdade, ele está somando o número de empregos part-time criados aos empregos full-time.

Imagina o que aconteceria se o governo reportasse somente os empregos full-time líquidos: iríamos ver a destruição de mais de 500 mil  empregos no mês de junho. Imagina como o mercado receberia essa notícia: ao invés do Dow estar batendo recordes acima de 17.000 pontos, sabemos exatamente para qual direção ele iria.

Como já vimos falando há bastante tempo, não há recuperação nenhuma na economia e o Dow está subindo, simplesmente porque há uma quantidade imensa de dinheiro novo entrando na economia. Sim, o QE está sendo reduzido, mas ainda é criado do nada mais US$45 bilhões todo mês. A taxa de crescimento do dinheiro na economia desacelerou, mas continua crescendo. As ações estão subindo, porque o dinheiro está perdendo  valor contra ativos reais. E o Dow a 17.000 pontos está em um nível mais baixo do que estava no ano 2000, se descontada a inflação.

Como há anos dizemos, somos contra qualquer política de estímulos. Estamos há seis anos convivendo com juros zero e compra de bônus de hipotecas e do governo sem que nada tenha mudado – a não ser o tamanho do pepino que vamos ter que encarar. Se essa política fosse funcionar, já teria funcionado. Se a economia norte-americana estivesse mesmo saudável como dizem os economistas, ela não precisaria de juros zero e estímulos.

E por que há tantas empresas demitindo funcionários full-time e contratando part-time? Como várias empresas já declararam, elas querem sair do enquadramento no Obamacare. Obviamente, o emprego part-time remunera bem menos e tem menos benefícios que um emprego full-time. E muitas dessas pessoas que estão perdendo o emprego full-time estão voltando para a mesma empresa que  as demitiu e também procurando outros empregos para conseguir pagar as contas. Assim, um emprego full-time é destruído e são criados dois empregos part-time,  que agregam menor valor para a sociedade.

Mas isso não importa para o departamento de estatística do governo. Eles computam esse emprego full-time perdido e dois part-time ganhos, e contabilizam como se houvesse sido  criado um emprego no geral.
A economia não está vibrante, não está crescendo. Se a economia estivesse crescendo, estaria gerando vagas full-time e outros tipos de empregos, não de garçons, zeladores, copeiros, etc. Isso, sem considerar que é uma tarefa árdua manter uma família, pagar uma hipoteca, trocar o carro, etc. com um emprego part-time.

Na semana anterior havia saído o número do PIB dos EUA - e o número foi péssimo por sinal. Houve uma contração do PIB de 2.96%, que acabaram arredondando para 2.9%. Se pelo menos o arredondamento tivesse sido feito corretamente, viríamos uma queda de 3%. Claro, a culpa toda foi do inverno. Isso, apesar desse inverno não ter sido o mais frio da história dos EUA; mas, definitivamente, foi um dos piores em resultado do PIB. A única coincidência que notamos foi que o PIB começou a sofrer depois que o FED iniciou o corte do QE – isso, sim, impactou o PIB norte-americano.

A culpa não é do clima, a culpa é de uma reestruturação enorme que está ocorrendo na economia norte-americana, uma mudança de empregos full-time para empregos part-time e uma mudança de empregos que pagam bem para aqueles que pagam mal.

A inflação acumulada nos EUA nos últimos 12meses acabou de passar dos 2% (2.1%) e a taxa de desemprego (de acordo com o cálculo deles) reduziu para 6.1%. Como sabemos, o ponto a partir do qual o FED declarou que iria começar a elevar a taxa de juros seria quando a taxa de desemprego chegasse a 6.5% ou a inflação passasse de 2%. Claro, as duas marcas foram atingidas, mas não há nenhuma possibilidade do FED subir a taxa de juros. Caso o FED o fizesse, veríamos o quão fugaz é essa dita recuperação da economia.

Agora que já chegamos à marca de 2% de inflação, os Bancos Centrais estão tentando convencer a população de que um pouco de inflação é bom – não é! A inflação faz com que todos percam poder de compra e reduzam seu padrão de vida. O grande debate na Europa é sobre uma possível deflação e seus efeitos perversos na economia.

Ninguém gostaria de ver uma deflação – já imaginou se as coisas que compramos caíssem de valor e nós pudéssemos comprar mais? Que coisa horrível... O grande exemplo que temos é o setor de tecnologia. Um telefone celular custava cerca de US$5.000 há alguns anos e o custo da ligação era proibitivo. Poucas pessoas tinham acesso a essa tecnologia. Hoje dispomos de celulares muito mais modernos (que até fazem ligações) por uma fração do preço e o número de usuários disparou. Um exemplo de que a deflação é saudável e aumenta a qualidade de vida da população.


Infelizmente, não vemos um final feliz para essa política expansionista. Com a impressão desenfreada de dinheiro e o aumento nas liberações de crédito, reforçamos nosso conselho de proteção aos investidores: manter uma boa parte do patrimônio em ativos líquidos (CDBs, LCAs, LCIs, etc.) e em ativos reais geradores de renda. Tentar ganhar um pouco mais parece uma estratégia bem perigosa e pouco lucrativa, como catar moedas à frente de um trator.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Agora é o frio!!

Na semana passada os EUA publicaram o relatório revisado do PIB para o quarto trimestre e para o ano. Os números do quarto trimestre foram revisados para baixo, de 3,2% de crescimento para 2,4%, levando o crescimento total do PIB em 2013 para apenas 1,9%. Isso, claro, se acreditarmos que a inflação ficou ligeiramente acima de 1%.

Em 2012, o crescimento ficou em 2,8%, ou seja, houve um declínio na taxa de crescimento do PIB de um ano para outro - essa trajetória segue em linha com o que vimos falando: cada vez menos o QE vai fazer algum efeito na economia real (se é que algum dia teve alguma repercussão), mas a diminuição do mesmo vai trazer à tona a real situação da economia dos EUA.

Claro, também tivemos como sempre uma boa desculpa para os fracos números: dessa vez foi o tempo! Apesar de estarmos em um período de aquecimento global (ohhh nooo), o tempo mais frio impactou os números. Bom, em mais alguns dias a primavera estará aqui e vamos ter que mudar a desculpa. Mas não nos preocupemos, os governos e os Bancos Centrais são muito bons nisso.

No seu depoimento no Senado, Janet Yellen disse que está atenta à desaceleração da economia e que a trajetória da taxa de juros e do QE não estão traçados. Assim, segundo ela, se os dados a surpreenderem, ela estará pronta para agir e voltar a estimular a economia. Bom, acreditamos que ela já deveria se preparar para uma surpresa!

Como já dissemos em vários posts, acreditamos que os níveis de estímulo à economia serão ainda maiores no final desse ano do que foram no começo, o que impulsionará os preços dos ativos reais.

Os mercados estão em uma trajetória de alta e não se abalaram com nada. As bolsas americanas subiram esse mês. Se os dados vêm bons, significa que a economia está melhorando e justifica valuations maiores. Se os dados vêm ruins, significa que a economia está piorando e vem mais estímulos por aí  – é o famoso “cara” eu ganho, “coroa” você perde. Mas uma coisa vem chamando a atenção: o índice do dólar está caindo, mostrando que a economia está piorando.

O ouro já subiu quase 10% esse ano e continuamos acreditando que a performance do mesmo será espetacular em 2014. É um excelente hedge contra a irresponsabilidade dos governos e dos Bancos Centrais.


Nosso fundo Multimercado subiu mais 1,7% em fevereiro e já acumula uma alta de 5,7% em 2014, contra um CDI de apenas 1,6% esse ano.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Bernanke diz adeus

A última sexta-feira marcou o fim do período de Ben Bernanke como presidente do FED nos EUA.

Ao contrário do que quase todos pensam, a missão de Bernanke não foi cumprida com louvor. Na nossa opinião, o ex-presidente do FED foi o segundo pior presidente na história, ganhando apenas de sua sucessora, Janet Yellen – assim como a turma do Prêmio Nobel da Paz, vamos premiar antecipadamente à Yellen pelo que achamos que ela vai fazer.

Voltando à performance de Bernanke à frente do FED, achamos seu passado um tanto quanto fraco. Para alguém que se dizia profundo conhecedor da crise de 1929, e um estudioso no caso Japão, achamos que ele cometeu os mesmos erros, porém em escala extraordinariamente maior.

Sua política de juros zero e a compra de títulos do Tesouro norte-americano e de hipotecas, alimentaram uma alta nos preços dos ativos – imóveis, bônus e ações - sem nenhum lastro na economia real.

A ideia do FED era de fazer com que as pessoas achassem que estão mais ricas porque seus ativos estão valorizados. Assim, mais pessoas iriam utilizar esses ativos valorizados como colateral para novas dívidas voltadas para o consumo. Isso faria com que a economia girasse e o crescimento reaparecesse.

Realmente os preços dos ativos estão subindo nos EUA – aliás, no mundo inteiro. Isso favorece exclusivamente os ricos, que detém uma proporção enorme de ativos. Porém, a impressão de dinheiro desenfreada, faz com que o dinheiro perca o seu valor, ou se preferir, que tudo custe mais. Com isso, a população menos favorecida arca com um custo de vida elevado, sem ativos para compensar essa alta. Como já dito inúmeras vezes, esse é um programa que apesar de funcionar por algum tempo, é moralmente errado e está fadado ao fracasso no médio/longo-prazo.

Bernanke sai do FED deixando para trás um balanço altamente inflado (acima de US$3 trilhões), um programa de recompra de bônus que ainda está aumentando esse balanço todos os dias ($65 bilhões por mês), uma inflação alta de quase 10% aa (vamos usar dados empíricos, não os maquiados e publicados pelo governo) e um grande desafio para seu sucessor: como retirar os estímulos sem fazer com que a taxa de juros suba? Isso sim será algo para ver. Quem conseguir essa proeza realmente merece um Prêmio Nobel.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Imóveis como Investimento

“Em Miami, Ron Shuffield prevê que uma oferta limitada de áreas, somada a uma demanda alta dos baby boomers e de estrangeiros prolongará o boom no mercado imobiliário indefinidamente”. Essa foi parte de uma reportagem do The New York Times, em março de 2005. Claro, era também o pensamento de grande parte da população dos EUA na época, quando se acreditava que os preços dos imóveis sempre subiriam.


Ao mesmo tempo, o agora Nobel de Economia, Robert Shiller, avisava sobre uma bolha imobiliária nos EUA.


Aqui no Brasil, de acordo com a FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, o preço médio dos imóveis residenciais subiu 12,7% em 2013, leve desaceleração à alta de 13,7%, registrada em 2012, mas mais um ano de incremento de preços bastante acima da inflação.

Em meados do ano passado, durante sua passagem pelo Brasil, Robert Shiller foi muito claro a respeito da existência de uma bolha imobiliária no país e esse ano, em uma entrevista, disse que se sentia como nos EUA, em 2005.

Realmente temos observado a explosão desse setor com a falácia do déficit habitacional, o que impulsionou os retornos aos investidores e compradores de imóveis. Como eles obtinham retornos cada vez melhores, a profecia foi se auto-alimentando e crescendo, fazendo com que todos quisessem participar.

O cenário hoje é bem mais realista para os imóveis, com grandes construtoras reportando prejuízos seguidos e um número maior de devoluções de imóveis vendidos.


Começamos a ver placas de “vende-se” por toda a cidade, embora em números não alarmantes ainda. Mas essa é a primeira dica: primeiro a liquidez do setor diminui, como aconteceu na Espanha e nos EUA. Logo em seguida, vem o ajuste de preços.

Claramente não vemos a situação do Brasil como uma bolha sem proporções. Para começar, os bancos brasileiros são mais cautelosos ao conceder empréstimos aos futuros proprietários. Enquanto nos EUA era mais fácil comprar uma residência do que alugar uma - já que os proprietários exigiam uma documentação mais rígida dos possíveis inquilinos – aqui no Brasil é o contrário.

Também sabemos que o governo apoia o setor, principalmente o de imóveis para a baixa renda, com os grandes bancos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) financiando os compradores a juros baixos (e inadimplência alta).

Há alguns anos, os compradores e inquilinos não tinham vez: ou aceitavam os preços ou perdiam o negócio, já que havia uma fila enorme de potenciais investidores/inquilinos dispostos a pagar o preço pedido. Estamos vendo essa balança pender para o outro lado agora, onde os preços dos imóveis à venda estão baixando e os proprietários de imóveis não estão conseguindo repassar a alta da inflação aos contratos de aluguel.

Os preços de imóveis no Brasil não estão tão altos quanto os dos Estados Unidos, em 2005, apesar de um exagero em alguns setores e cidades brasileiras. A maior parte dos especialistas espera um mercado estável esse ano, sem grandes mudanças.


Uma boa alternativa aos que gostam de investir em propriedades é alocar parte do capital em fundos imobiliários, que proporcionam diversificação. A contratação de gerentes com experiência no setor poupa os investidores de ter que alugar a propriedade, cuidar dela, tratar com o síndico, etc.

Não estamos mais recomendando a aquisição de imóveis aos nossos clientes, coisa que fizemos desde 2005. O momento demanda cautela, simplesmente pela assimetria dos retornos (retorno menor para um risco maior).  Caso o investidor busque uma proteção contra a inflação com risco baixo, nossa melhor recomendação são os títulos do governo de curto-prazo indexados ao IPCA.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Economia Americana e o Ouro

Na última sexta-feira foi publicado mais um número de empregos criados na economia norte-americana. A média dos analistas estava esperando um número forte para validar a tão aclamada recuperação econômica. O consenso dos analistas era a da criação de 200mil empregos, embora alguns analistas mais otimistas tivessem números bem acima dos apresentados.

Como vem acontecendo com frequência, os números desapontaram praticamente todos os analistas, com uma geração de empregos de somente 74mil. E nem podemos olhar a qualidade dos números apresentados, porque mais da metade deles foram de empregos temporários.

Continuamos afirmando que não vimos nenhuma recuperação na economia; como esta pode estar crescendo tendo gerado menos emprego em 2013 do que em 2012? 

A taxa de desemprego vem caindo, mas isso se deve muito mais às pessoas que saem do mercado de trabalho por terem desistido de encontrar emprego do que por novas contratações, o que realmente seria um indício de recuperação.

Como vimos afirmando inúmeras vezes, o programa do FED de continuar a comprar bônus do governo e os de hipotecas contribui somente para manter os grandes bancos solventes enquanto tal programa gera a proliferação de bolhas por todos os lados.

Tal programa é totalmente ineficiente no que diz respeito à geração de empregos e também moralmente errado, já que induz à alta dos preços em todos os ativos – imóveis, ações e produtos em geral. Os mais ricos possuem muitos ativos e, apesar dos preços dos bens de consumo continuarem subindo, seus ativos sobem muito mais. Já com relação aos menos ricos, isso se constitui em um alto imposto a se pagar, já que os mesmos não tem ativos e ainda têm que arcar com altos preços.

Essa a alta dos preços produz uma falsa sensação de riqueza, a mesma de alguns anos, quando, por exemplo, a maioria dos americanos supunha que os preços dos imóveis continuariam subindo para sempre.
Essa atual ilusão de que há uma recuperação é mantida exclusivamente pelos programas do FED. Quando o FED começou o tapering no mês passado, já o fez bem à meia-boca, prometendo ao mercado que os juros ficariam onde estão até pelo menos 2015 e diminuindo o ritmo de compra de bônus para US$75bilhões ao mês – vale lembrar que o balanço do FED continua aumentando e aumentando rapidamente, porém um pouco menos que quando ele estava comprando US$85bilhões por mês (não estamos considerando o reinvestimento dos juros, porque senão a compra de bônus do FED estaria acima dos US$90 bilhões ao mês).

O FED sabe bem que não há recuperação, há somente uma ilusão, mantida por estímulos artificiais à economia. Se esses estímulos forem retirados, o país voltará à recessão, pegando muita gente desavisada e causando um problema muito maior do que o em 2008.

Por isso achamos que, se o FED fizer mais um tapering, esse provavelmente será um tapering modesto como o anterior, e então ele vai parar, esperando alguma desculpa para poder aumentar a compra de bônus.

Acreditamos ser mais fácil o FED aumentar o ritmo de compras de títulos até o final desse ano, do que diminuí-lo. Ao nosso ver, o FED estará comprando mais do que US$85 bilhões ao mês até o final desse ano, sem contar o reinvestimento dos juros.

Um risco que achamos que poucas pessoas estão levando em conta é o da não-recuperação da economia norte-americana e de um aumento no programa de estímulos à economia desse país - muito mais porque poucos acreditam que os EUA ainda estão em crise.

Quando nos dermos conta e virmos que tal recuperação inexiste –o que existe é somente uma alta nos preços dos ativos devido aos programas do FED - e que o próprio FED não tem a menor intenção de parar de imprimir dinheiro, vamos ver uma queda no dólar americano. Tal cenário trará repercussões importantes para a economia mundial que acreditamos não estarem sendo consideradas.


Acreditamos que o ouro seja um bom hedge nesse cenário.