James Bullard, presidente do FED
de St Louis, deu uma entrevista à Bloomberg há algumas horas. Nessa entrevista,
ele disse que uma grande preocupação do FED hoje é com a inflação e com as
expectativas de inflação, que estão baixas e caindo.
Segundo Bullard, a Europa é fonte
de inquietação, já que o crescimento e as expectativas de inflação estão
desabando.
Sua recomendação é que o FED
utilize uma cláusula que ele mesmo criou, segundo a qual o Afrouxamento
Monetário (QE) pode ser aumentado ou diminuído, de acordo com a divulgação de
novos dados Com isso, Bullard sugere que o FED não termine o programa de QE na
próxima reunião do FED (amplamente esperado pelo mercado), para mantê-lo “vivo”
e que espere até dezembro para ver se há alguma mudança de rumo na Europa.
Com esse artifício, o FED pode
muito bem aumentar o programa de QE (uma surpresa para o mercado, mas
exatamente o que nós esperamos), para não deixar a deflação se abater sobre os
EUA. É o que vimos falando há tempos – não haverá alta de juros (pelo menos não
por vontade do FED) e o programa de QE deve ser retomado e aumentado. Para obter
mais efeitos, a dose de QE deve ser elevada.
Não acreditamos que o que os EUA
(ou qualquer outro país) precisem é de mais inflação. Com mais pessoas fora do
mercado de trabalho e com as novas vagas sendo criadas em empregos de baixo
valor agregado, o que o trabalhador precisa é de preços baixos. Como que uma
pessoa comum pode se beneficiar se o seu salário não sobe e as coisas de que
ela precisa ficam cada vez mais caras?
Como isso pode gerar empregos e crescimento? Juros baixos geram inflação dos
preços dos ativos que beneficiam uma parcela pequena da população (detentores
de empresas, imóveis, ações, etc), ao mesmo tempo em que pune todos com preços
altos (elevação do custo de vida).
O que os EUA precisam agora é de
juros altos para corrigir os excessos da bolha. É um remédio amargo, mas deve
ser tomado o quanto antes, para salvar a vida do paciente. Infelizmente não
acreditamos que o FED irá administrar esse remédio ao paciente agora...
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