quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Começaram as desculpas para o aumento do QE?

James Bullard, presidente do FED de St Louis, deu uma entrevista à Bloomberg há algumas horas. Nessa entrevista, ele disse que uma grande preocupação do FED hoje é com a inflação e com as expectativas de inflação, que estão baixas e caindo.

Segundo Bullard, a Europa é fonte de inquietação, já que o crescimento e as expectativas de inflação estão desabando.

Sua recomendação é que o FED utilize uma cláusula que ele mesmo criou, segundo a qual o Afrouxamento Monetário (QE) pode ser aumentado ou diminuído, de acordo com a divulgação de novos dados Com isso, Bullard sugere que o FED não termine o programa de QE na próxima reunião do FED (amplamente esperado pelo mercado), para mantê-lo “vivo” e que espere até dezembro para ver se há alguma mudança de rumo na Europa.

Com esse artifício, o FED pode muito bem aumentar o programa de QE (uma surpresa para o mercado, mas exatamente o que nós esperamos), para não deixar a deflação se abater sobre os EUA. É o que vimos falando há tempos – não haverá alta de juros (pelo menos não por vontade do FED) e o programa de QE deve ser retomado e aumentado. Para obter mais efeitos, a dose de QE deve ser elevada.

Não acreditamos que o que os EUA (ou qualquer outro país) precisem é de mais inflação. Com mais pessoas fora do mercado de trabalho e com as novas vagas sendo criadas em empregos de baixo valor agregado, o que o trabalhador precisa é de preços baixos. Como que uma pessoa comum pode se beneficiar se o seu salário não sobe e as coisas de que ela precisa  ficam cada vez mais caras? Como isso pode gerar empregos e crescimento? Juros baixos geram inflação dos preços dos ativos que beneficiam uma parcela pequena da população (detentores de empresas, imóveis, ações, etc), ao mesmo tempo em que pune todos com preços altos (elevação do custo de vida).

O que os EUA precisam agora é de juros altos para corrigir os excessos da bolha. É um remédio amargo, mas deve ser tomado o quanto antes, para salvar a vida do paciente. Infelizmente não acreditamos que o FED irá administrar esse remédio ao paciente agora...

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