quarta-feira, 8 de julho de 2015

Bolha Chinesa

Relatórios ainda mostram uma economia chinesa forte e pujante. Infelizmente, não é isso que enxergamos. Como já vimos mostrando desde 2013, a situação chinesa é bem diferente do que mostram as estatísticas e os dados do PIB.

Como Li Keqiang, vice Premiê da China, admitiu em 2007, não devemos confiar nos dados da economia chinesa, com exceção dos de consumo de eletricidade, de volume de carga transportada por ferrovia e de empréstimos bancários.

Então, vamos dar uma olhadinha nesses números, a começar pelo consumo de eletricidade:



Não nos parece um país em franco crescimento.

Se olharmos, então, para o volume de carga transportada por ferrovia, o problema fica ainda maior:



Por último, nos restam os empréstimos bancários. Esses sim estão em plena ascensão, o que tampouco é motivo para comemorações. Enquanto a economia da China cresceu US$4 trilhões nos últimos anos, o volume de empréstimos bancários (sem contar o shadow-banking, que é gigantesco) disparou para US$17 trilhões.

Como já apontamos no começo desse ano, a bolha chinesa estava prestes a estourar – vide gráfico abaixo (from zerohedge):


Não deveria ser uma surpresa para ninguém o que está acontecendo nas Bolsas desse país (quedas superiores a 30% nas últimas três semanas).

Para tentar mitigar essa queda e voltar com o bull market, o governo chinês está fazendo de tudo: diminuiu o compulsório, diminuiu a taxa de juros, diminuiu o valor das comissões, proibiu novos IPOs de virem a mercado (restringindo, assim, a oferta), proibiu fundos de pensão de vender suas ações e, por fim, criaram um fundo de quase US$50 bilhões para comprar ações.

Já vamos dizer de antemão que isso não vai funcionar. Nunca funcionou nem nunca funcionará. Para uma capitalização bursátil de cerca de US$8 trilhões, US$50 bilhões não é nada. Toda manipulação acaba um dia e é melhor acabar cedo do que tarde.

Estamos vendo riscos em todos os lugares do mundo e, na nossa visão, é necessário diversificar e ter uma parte do portfolio em ativos reais. Ouro e prata físicos continuam no topo da nossa lista.




terça-feira, 7 de julho de 2015

Prata e os mercados financeiros

O United States Mint (US Mint) acaba de anunciar que está sem estoque de prata. Isso no dia em que a prata despenca quase 5% (há poucos minutos, chegava a mais de 6%) no mercado financeiro.

Há um descasamento enorme entre o mercado físico e o mercado financeiro nos metais preciosos.  

Talvez seja melhor perguntar ao Citi porque o preço está caindo quando a demanda está aumentando... Depois nos perguntam porque esses bancos precisam constantemente de planos de resgates (bailouts)...




Continuamos recomendando aos nossos clientes exposição FÍSICA aos metais preciosos. Vale lembrar que papel é só uma promessa, o que vale é o físico.

Balança Comercial dos EUA

Aumenta o déficit comercial dos EUA em maio. As importações caíram 0.1%, enquanto as exportações caíram 0.8%, levando o déficit para US$41.8bilhões.


Isso certamente não vai ajudar no cálculo do PIB...

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Carta Semestral aos Cotistas

Prezado cotista,

É importante fazer uma revisão dos acontecimentos desse primeiro semestre de 2015 e também falar um pouco sobre a nossa expectativa para o restante do ano.

Dentre os principais acontecimentos, a maioria foi negativa. Apesar disso, se olharmos somente para as Bolsas de Valores, teremos impressão de que tudo foi tranquilo e que as economias estão indo bem.

Começamos com o segundo mandato da presidente Dilma. Com ele, vieram supostos cortes de gastos e uma série de aumentos de impostos e tarifas reais (energia, água, transporte, pedágios, etc).

Para não dizer que algo ruim não pode piorar, tivemos - e ainda temos - o risco de apagão no país, com a falta de chuvas (“ainda bem” que o país realmente não está crescendo, senão certamente iríamos ter um apagão).

Claro, como as contas brasileiras não melhoram, os déficits aumentam, assim como as taxas de juros e o país ainda sofre com uma possível perda de rating pelas agências de risco –  o mercado já rebaixou o Brasil, mas as agências ainda não...

Com as taxas de juros altas, setores como consumo e moradia sofrem bastante. Isso vai se retroalimentando, piorando ainda mais a situação do país.

No front europeu, finalmente em 2015 começou o tão esperado QE (Quantitative Easing) – ou, como é mais conhecido, impressão desenfreada de dinheiro. A esperança era de que esse QE fosse trazer prosperidade à Europa. Como já havíamos previsto, tal prosperidade não veio e será ainda mais atrasada por causa desse QE, que tem consequências drásticas na economia dos países.

Como dizia Albert Einstein, loucura é fazer a mesma coisa várias vezes e esperar resultados diferentes. Pois o BCE (Banco Central Europeu) fez a mesma coisa que o Japão vem fazendo há décadas e que os EUA começaram após a crise de 2008, na esperança de que “dessa vez funcione”. Sentimos desapontá-los, mas é muito óbvio que não funcionará, assim como não funcionou nos EUA ou no Japão.

Se a impressão de dinheiro e juros baixos funcionasse, os EUA já teriam saído da crise há anos, assim como o Japão. Infelizmente, o que esses programas realmente fazem é aumentar as desigualdades sociais e postergar um crash (que será muito pior no futuro).

O que o mundo realmente precisa é de juros altos e dinheiro com valor, exatamente o contrário do que estamos vivenciando.

E, já que mencionamos os EUA, what a surprise!!! Não houve aumento nas taxas de juros desse país em junho. Estamos dizendo isso há anos, não há como aumentar as taxas, já que a economia não está se recuperando (nem vai se recuperar com juros zero, como mencionamos acima). É importante ressaltar que há 2 anos, era certa a subida de juros no meio de 2014; depois passou para o terceiro trimestre de 2014, depois para o final do ano; depois para o primeiro trimestre de 2015; em seguida, o segundo trimestre de 2015. Agora já se fala em setembro ou no final desse ano. Incrível a capacidade das pessoas de  se auto enganarem. Obviamente, não estamos defendendo a política de juros zero e QE, muito pelo contrário, mas achamos que o FED não vai subir os juros (e se o fizer, será muito pouco e de forma muito gradativa) por um bom tempo.

Aproveitando o gancho dos EUA e também a vontade das pessoas de se auto enganarem, é importante mencionar o tão esperado acordo nuclear entre EUA e Irã. Mais uma vez, não houve compromisso e acreditamos que essa história ainda vai se prolongar por um bom tempo.

Também tivemos a prorrogação do semi-conflito entre Rússia e EUA, ops, Ucrânia. Não acreditamos em uma solução rápida e esse semi-conflito pode complicar as coisas na região, além de trazer outros países para o centro da disputa.

Para nós, o mais divertido (se é que podemos falar assim) é ver como funciona a relação entre os países na Europa no momento. O FMI já disse que vai emprestar dinheiro à Ucrânia incondicionalmente. Com esse dinheiro, a Ucrânia pode pagar à Rússia o aumento do gás para sustentar suas fábricas e aquecer seus lares. Com esse recurso a mais, a Rússia pode emprestar à Grécia, que por sua vez paga o FMI. No final, tudo dá certo (esperamos).

Já que mencionamos a Grécia, vale a pena falar do assunto da moda: o default grego. Como amplamente esperado por nós (mas não pelo mercado), a Grécia não pagou a parcela vencida no final de junho ao FMI. Isso deflagrou uma venda desenfreada pelos mercados, com a possibilidade bastante real de esse país sair da Zona do Euro.

Com isso, a moeda europeia caiu em relação ao dólar (e só não caiu mais porque o Banco Nacional da Suíça – e grande acionista da Apple  atuou fortemente na compra de euros). Na nossa opinião, se um país endividado e com baixas perspectivas sair da Zona do Euro, era de se esperar que a moeda se valorizasse, já que permaneceriam na União somente os países considerados mais “fortes”. Obviamente o mercado não pensa assim...

Completando nosso giro pela Europa, terminamos na Inglaterra. Por lá, há uma grande especulação sobre a saída da Inglaterra da Comunidade Europeia (Brexit). Vamos aguardar e manter os olhos abertos.

Indo diretamente ao outro lado do mundo, onde achamos que há um perigo financeiro muito maior que na Europa, chegamos ao Japão. Abenomics, como já dissemos milhares de vezes, não tem funcionado (e nem vai). A dívida japonesa atinge níveis estratosféricos e o governo já gasta quase metade da arrecadação somente para pagar juros (cujas taxas são bem próximas de zero). Com o envelhecimento da população, os problemas japoneses irão se acentuar. É dificílimo prever quando estourará essa crise, mas a consideramos a mais perigosa no momento.

Pulando de uma bolha para outra, chegamos à segunda maior economia do mundo: China. Lá os mercados de ações subiram mais de 100% nos últimos 12 meses, sendo que a economia está desacelerando. Muita gente já está pedindo um QE chinês, para ajudar a levantar os preços das ações (aliás, inflação de ativos é uma das poucas coisas que os QEs atingem com formidável sucesso). Nas últimas duas semanas, as Bolsas chinesas despencaram e “destruíram” mais de US$2.5 trilhões em ganhos.

Por último, gostaríamos de mencionar um grande problema nas Américas: Porto Rico. Esse estado americano decretou moratória há alguns dias, dizendo que é impossível pagar suas dívidas (e realmente acreditamos nisso).

A experiência é uma excelente professora. É importante lembrarmo-nos da crise de 2008, que foi muitas vezes pior do que o baque financeiro nos imóveis, devido à exposição mundial a derivativos.

O que as contas fora do balanço não mostram é onde mora o perigo. CDSs podem ser acionados com pequenos defaults, como os da Grécia e de Porto Rico, causando um estrago de proporções infinitamente maiores que seus respectivos ativos.

A dívida do mundo hoje é muito maior do que era em 2008. Os derivativos, então, são múltiplos do que eram. Não há dinheiro no mundo para cobrir toda essa exposição e uma pequena fagulha pode mandar tudo para os ares.

A única saída para os Bancos Centrais é inflar ainda mais a base monetária, causando uma hiperinflação em várias partes do mundo.


Mais e mais pessoas vão descobrir que a situação mundial está precária e que devem ter uma boa dose de diversificação e muitos ativos reais. 

Continuamos recomendando a compra física de metais preciosos e sugerimos que o façam enquanto eles ainda estão baratos e ninguém os quer. Afinal, quando todos os quiserem, será tarde demais. 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

China Bubble

Um update na situação desde que levantamos a hipótese de bolha na China, no nosso post de 9 de abril de 2015...



Gold: Submitted by Bill Bonner of Bonner & Partners

The Beginning of the End

Over the weekend, the lines in Greece stretched along the street. Around the corner. Down the block. Lines to get cash. Lines to buy gas. Lines of people eager to get their hands on something of value. Food. Fuel. Cash. Pity the poor guy who was last in line …
… the poor taxi driver, for example, standing behind 300 other people, trying to get 200 lousy euros out of an ATM. Like a tragic nightclub customer … among the last to smell the smoke. By the time he headed for the exit, it was clogged with desperate people, all struggling to get through the same narrow door at the same time.
Being the last in line usually means you have waited too long.
Remember: When a bear attacks in the woods, you don’t have to be faster than the bear. You just have to be faster than at least one other hiker…
Likewise, you don’t have to be the first one to get your money out of an ATM. You just want to be sure you get your money before the machine runs out of cash. And when a bear attacks Wall Street, you don’t have to be the first to sell. But you definitely don’t want to be the last.
The Dow lost 350 points on Monday – its biggest point drop in two years. On Tuesday, Greece was expected to default on a $1.7-billion payment to the International Monetary Fund (IMF). And on the other side of the planet, analysts are looking at “the beginning of the end for Chinese stocks.”
We doubt it is the beginning of the end. More likely, it is just the end of the beginning. On Friday, the People’s Bank of China cut rates to a record low, after stocks in Shanghai slipped 7% in a single day (the equivalent of about 1,300 points on the Dow).
Analysts expected a big rally in response to the rate cut. Instead, the Shanghai Index plunged again on Monday, dropping 3%. Greece… China… said one commentator interviewed by Bloomberg: “You have a potentially very ugly situation this week.”
Our guess: Stocks in the U.S. and China have topped out. Old-timer Richard Russell, who has been studying markets since 1958, agrees:
“I believe the top has appeared, like the proverbial thief in the night. The Dow has fallen below the 18,000-point level, and is now negative for the year. The Transports, which have led the way recently, are down triple digits for today and are only 89 points above the critical level of 8,000. The Nasdaq has closed under 5,000. At the market’s close, gold was up 5.3 at 1,179.”

When Gold Is Declared Illegal …

But wait … What about silver and gold? As regular readers know, we recommend having some cash on hand in case of a monetary emergency. But a reader asks:
“In the same vein as your reader’s question as to what good cash is when it’s declared illegal, what good is gold when gold is declared illegal?”

First, precious metals aren’t illegal, so far. Second, making something illegal doesn’t necessarily make it unpopular. President Roosevelt banned gold in 1933. The feds wanted complete control of money. The dollar was backed by gold. So getting control of the dollar meant getting control of gold.
Once the feds had the gold, they could devalue the dollar by resetting the dollar-gold price from $20 to $35. In an instant, people lost more than 40% of their wealth (as measured by gold).
That ban lasted for 42 years. It ended in 1975, largely because of our old friend Jim Blanchard. Jim set up the National Committee to Legalize Gold and worked hard to get the ban lifted.
Today, the feds don’t need to outlaw gold. It is regarded as “just another asset,” like Van Gogh paintings or ’66 Corvettes. Few people own it. Few people care – not even the feds. They are unlikely to pay much attention to it – at least, for now.
That could change when the lines begin to grow longer. Smart people will turn to gold… not just in time, but just in case. It is a form of cash – traditionally, the best form. You can control it. And with it, you can trade for fuel, food, and other forms of wealth. Lots of things can go wrong in a crisis. Cash helps you get through it.
Generally, the price of gold rises with uncertainty and desperation. Gold is useful. Like Bitcoin and dollars in hand (as opposed to dollars the bank owes you), gold is not under the thumb of the government … or the banks. You don’t have to stand in line to get it. Or to spend it.
Yes, as more and more people turn to gold as a way to avoid standing in lines, the feds could ban it again. But when we close our eyes and try to peer into a world where gold is illegal, what we see is a world where we want it more than ever.
Buy it as long as nobody cares about it. By the time they care, you’ll want to have as much as possible.





segunda-feira, 29 de junho de 2015

Mercados Hoje

É, hoje o dia não começou bem para os mercados... Controle de capitais na Grécia (e uma possível saída do euro em breve), crash na China (apesar de cortes nas taxas de juros desse país) e um default de Porto Rico (estado americano).

Já havíamos alertado para todos os eventos acima e isso não deve ser visto com surpresa, apesar da reação dos mercados.


O ouro sobe, com uma alta na procura por hedge. Continuamos recomendando aos nossos clientes que tenham uma exposição aos metais preciosos. Como disse Ray Dalio recentemente, não há razão alguma para as pessoas não investirem em ouro, a não ser a falta de conhecimento histórico ou de como funciona a economia. 

terça-feira, 23 de junho de 2015

US Manufacturing PMI

O Índice US Manufacturing PMI caiu novamente em junho para o menor nível desde 2013, a 53.4, contra uma expectativa de 54.1. Mais uma decepção e mais um dado aquém do esperado.

Acreditamos que esse número, juntamente com os outros anteriores a ele, mostra uma melhora com relação ao primeiro trimestre, mas uma desaceleração antes do começo do terceiro trimestre.

Mais algumas decepções como essa e poderemos ver o FED manter a taxa de juros em zero até 2016. Se as decepções vierem ainda maiores, poderemos ver uma volta do QE.


Parte dessa desaceleração vem da alta do dólar, que está punindo os exportadores. Esse relatório nos leva a crer que as empresas devem diminuir o ritmo das contratações para adequar seus estoques.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Empiricus hoje - Ouro

"Instiga-me fortemente, por exemplo, as visões do gestor Ray Dalio e do megainvestidor Marc Faber sobre ouro. Ambos têm sido bastante taxativos.
O primeiro diz algo assim: “ora, meu caro, só há uma razão para você não ter algo de ouro: você não conhece ou não estudou história econômica. O metal precioso sempre foi, em maior ou menor grau, um tipo de moeda, servindo de reserva de valor, unidade de conta e meio de troca. Deve, portanto, fazer parte de todos os portfólios como ferramenta de diversificação. Você pode ter muito ou pouco, mas alguma coisa precisa ter. Eu, pessoalmente, tenho muito.”
E o Marc Faber alerta de forma explícita: “2015, ou talvez 2016, pode ser o ano em que a credibilidade dos Bancos Centrais estará ferida de forma indelével, como reconciliação a toda a distorção que criaram nos mercados e nas economias desde 2009. Compre ouro como seguro contra um enfraquecimento das autoridades monetárias e sua concepção de moeda fiduciária.”

A propósito, o ouro beneficia-se dos comentários pombásticos de Janet Yellen ontem e sobe 2% no mercado internacional hoje, para US$ 1.200/onça, patamar em que parece sentir-se mais confortável."

Surpresa, surpresa: FED não sobe os juros

Como amplamente esperado por nós e por todos os leitores do nosso blog, o FED manteve, mais uma vez, a taxa de juros inalterada.

Já estamos chegando no sétimo ano de juros zero e a tão esperada alta ficou para depois. Vale lembrar que esse movimento não deveria ser surpreendente para ninguém: há pouco mais de 3 meses, o mercado dava como certa a alta de juros em junho. Agora ficou para a próxima reunião (como sempre) – nós continuamos duvidando.

E depois de ler o comunicado do FED e assistir a entrevista da Janet Yellen, nos parece que quem espera uma alta significativa na taxa de juros vai ficar desapontado. Yellen continua “dependendo de dados”, e nós já sabemos que os dados não serão bons!

O que poderia mudar na economia de agora até a próxima reunião, em 3 meses? Por que não subir os juros já de uma vez? Qual outra melhora no mercado de trabalho seria preciso para que essa alta acontecesse? Vale lembrar que sempre que o FED impõe uma regra para subir os juros, eles mudam a regra no final: desemprego a 6.5%, inflação em 2%, etc.

A grande verdade é que não há recuperação alguma na economia norte-americana e o FED sabe disso. Infelizmente, eles têm que manter isso para eles e fingir que tem a intenção de subir as taxas de juros, mas sem fazê-lo. Sempre fica para a próxima reunião.

E ontem vimos uma Yellen reforçando que não sabe o porquê as pessoas estão tão focadas nessa primeira alta, o importante seria a trajetória; além disso, segundo ela, se essa alta ocorrer, não significa que outras virão, ou seja, o FED pode subir a taxa de juros de zero para 0.25%aa e pausar por um tempo.

Isso não parece ser uma economia vibrante...


Continuamos sugerindo aos nossos clientes uma pequena exposição física em metais preciosos.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Tesla - o short do ano

São tantos problemas que é até difícil começar a escrever sobre eles... Mas vamos tentar.

Com uma capitalização bursátil de US$32 bilhões, a Tesla é um pouco menor que a GM, com seus US$57 bilhões. As diferenças começam aí.

A GM entregou quase 300 mil veículos em maio de 2015, contra 10 mil vendidos pela Tesla no primeiro trimestre inteiro!!!

Em cima desses números do primeiro trimestre, a empresa obteve um prejuízo de US$0.71 por ação, de acordo com estimativas da Merrill Lynch. Mas o mercado preferiu ignorar os números e excluir as perdas com o câmbio (sem trocadilhos) e créditos regulatórios e chegou a US$0.36 de prejuízo por ação, contra um prejuízo esperado de US$0.49 – melhor que o esperado!!! Sério???

Todas as corretoras e bancos que seguem a ação a põem em múltiplos para 2020, já que é quando eles esperam que a ação esteja barata. Levando em conta que os analistas não conseguem prever com exatidão os números para o próximo trimestre, como podemos ter certeza dos números de daqui a 5 anos?

A empresa tem dívidas de mais de US$3.3 bilhões, que é facilmente manejável com a taxa de juros a zero. Ela ainda está queimando caixa, investindo em fábricas e novos modelos. O que acontecerá com as ações quando a taxa de juros subir e os benefícios fiscais se exaurirem (i.e., as vendas caírem)? Lembrando que o rating da Tesla é B-, 3 posições abaixo do “investment grade”.

Admiramos o CEO, Elon Musk, e gostamos da empresa, mas achamos que ela está precificada para a perfeição, que raramente acontece.

A Tesla pode ser o short do ano.


Imporante lembrar que o valuation pode ficar ainda mais insano, antes de uma correção significativa. Não recomendamos aos não-profissionais a venda a descoberto.

terça-feira, 9 de junho de 2015

HSBC

Depois do JPMorgan, chegou a vez do HSBC, banco que está saindo do Brasil, anunciar um corte espetacular de empregos: 50mil, ou seja, um em cada cinco será cortado.

Com essa economia, o HSBC pretende aumentar os dividendos pagos aos acionistas e/ou aumentar a recompra de ações no mercado (para sustentar o preço).

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Jobs Report

"There are lies, damned lies and statistics" - Mark Twain

O BLS (Bureau of Labor Statistics) divulgou o tão esperado Relatório de Empregos (Jobs Report). Os números vieram dentro das previsões, superando um pouco as expectativas, com 280mil novos empregos criados.

Claro, uma vez mais, não podemos olhar esses números de perto para não correr o risco de desapontamento.

Abaixo, um detalhamento dos principais dados desse relatório:

Setor                           Número de Vagas Criadas
Educação e Saúde      +74,000
Garçons                       +57,000
Varejo                          +31,400
Temporários                +20,100
Mineração                    -18,000
Informação                   -3,000

Como podemos ver, os empregos de “baixa qualidade” e temporários foram responsáveis pela maior parte dos empregos criados em maio.


Ainda temos dúvidas sobre a produtividade americana e vemos um FED ainda distante de aumentar as taxas de juros. Vale lembrar que estamos entrando no sétimo ano da dita “recuperação”...

terça-feira, 2 de junho de 2015

Ouro: o melhor investimento do ano


Matéria do Infomoney mostra que o ouro foi o segundo melhor investimento de maio, com alta de 4.3% e o melhor investimento desse ano, com alta de 20.2%.

Dólar é o melhor investimento de maio com alta de quase 6% - InfoMoney 

Texas e Ouro

O estado do Texas é mais um na lista dos grandes que querem ter a custódia do seu próprio ouro. Há poucas horas, foi anunciada uma legislação para criar a Texas Bullion Depository, para que o estado possa armazenar seu ouro, atualmente em Nova Iorque.

Estamos vendo um movimento muito grande de países que querem ter a sua posição em ouro aumentada e custodiada em seu próprio território.  Em maio, a Áustria se juntou a esse time, composto por Alemanha, Bélgica, Rússia e China, e demandou que seu ouro fosse devolvido aos seus cofres.

Realmente,se é para ter metais preciosos, é melhor tê-los na forma física e custodiados em um local de livre acesso para seus donos.


Podemos ver o ouro como uma outra moeda, uma que governo algum pode imprimir e que, por isso mesmo, tem valor e não precisa pagar juros.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Entrevista para o Jornal "O Tempo"


Mercado. “O impacto desse resultado não deve ser muito grande. Veio abaixo do esperado, mas não foi uma surpresa, diante da crise hídrica que o país está passando”, afirma o gestor de carteiras e de fundos e sócio da L2 Capital Partners, Marcelo López. Ele destaca ainda o aumento dos custos com mão de obra e energia elétrica na vida financeira da companhia de abastecimento e água. Para ele, o custo com energia é compreensivo, já que “aumentou, continua subindo, e sua utilização faz parte do negócio”. Já a mão de obra, para o analista, não tem justificativa ter aumentado. “É uma preocupação, pois a empresa deve se mostrar competitiva”, diz.

http://www.otempo.com.br/capa/economia/consumo-de-%C3%A1gua-cai-16-1.1039936

Entrevista para o Jornal Hoje em Dia

No entanto, para especialistas do mercado financeiro os dados positivos não apontam melhoria do quadro econômico. O sócio da L2 Capital Partners, Marcelo López, explica que a expectativa para o trimestre era de queda de 0,5% no PIB. Para ele, a piora nos próximos meses é praticamente certa.

“Existem amortecedores nesses números e ainda não sentimos o peso das demissões do primeiro trimestre, graças ao seguro-desemprego e negociações com as empresas. Além disso, estamos observando mais demissões nesse segundo trimestre, o que trará impacto negativo em setores de imóveis e varejo. Os efeitos das altas dos juros e aumento de impostos também começarão a ser sentidos”.

http://www.hojeemdia.com.br/noticias/economia-e-negocios/consumo-das-familias-puxa-queda-de-0-2-no-pib-do-primeiro-trimestre-deste-ano-1.321674

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Revisão do PIB dos EUA

Foi anunciado há pouco a primeira revisão do PIB dos EUA.

Conforme esperávamos e havíamos antecipado (vide post do dia 05/05: http://l2capital.blogspot.com.br/2015/05/balanca-comercial-dos-eua.html), o crescimento da economia americana foi revisado de +0,2% para -0,7%.

Mais um trimestre de queda e já se configurará uma recessão nesse país.

O ouro e a prata já estão subindo nos mercados internacionais.

Realmente, não há recuperação da economia, o que há é uma bolha nos ativos, causada por excesso de liquidez nos mercados.


Estamos vivendo tempos perigosos e recomendamos, por isso, cautela aos nossos investidores. Muita liquidez e uma alocação em metais preciosos são importantes.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

WSJ: JP Morgan deve demitir mais de 5mil empregados até o próximo ano

Após essa notícia, vamos ver como o BLS vai “amaciar” os dados para não afetar tanto o Relatório de Emprego dos EUA.

Claro, serão pouco mais de 5mil empregos em todo o mundo, mas grande parte será nos EUA – com impactos diretos na taxa de desemprego.


A dita recuperação econômica vai ter que esperar mais um pouco...

Initial Jobless Claims

Foi anunciado há pouco o número de pedidos de seguro desemprego (jobless claims) nos EUA. Não precisamos dizer que foi mais um desapontamento, com o pior resultado esperado das últimas 6 semanas.

O número de pedidos iniciais de seguro desemprego subiu para 282mil, contra uma expectativa de 270mil.

Os pedidos totais de seguro desemprego subiram para 2,222 milhões – também mais um desapontamento, já que o número esperado era de 2.2 milhões – mas não uma novidade para nós.


Com as Bolsas mundiais batendo recordes, uma farra de liquidez e juros zero (e alguns até mesmo negativos), recomendamos cautela aos nossos investidores e uma exposição aos metais preciosos.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Recuperação???

Mais alguns números foram divulgados hoje sobre a economia americana e mais desapontamentos. A recuperação parece ainda não ter ocorrido, desde que foi anunciada há alguns anos.

- Initial Jobless Claims subiu para 274mil, contra 264mil da semana anterior e acima dos 270mil esperados pelo mercado;

- US Manufacturing PMI mostrou uma desaceleração em maio, vindo a 53,8, ante um consenso de 54,5.

- A Pesquisa do FED da Filadélfia sobre as previsões da economia foi de 6,7, contra uma expectativa de 8;

- O Kansas City Fed's Manufacturing Activity também decepcionou, mostrando um declínio de -13, ante expectativa de -4;

- Existing Home Sales caiu 3,3%, contra uma expectativa de alta de 0,8%.

Estamos assistindo a uma deterioração na economia dos EUA, enquanto todos discutem quando será o aumento da taxa de juros por lá. Se ela vier, acreditamos que será modesta e só servirá para empurrar o país (ainda mais) para a recessão.


Ressaltamos a importância dos investidores terem uma posição em ativos reais e metais preciosos, para proteção contra uma iminente crise.

Cisne negro???

Notícia de última hora: de acordo com o China People´s Daily, a Indonésia acabou de afundar um banco chinês e mais 40 outros barcos estrangeiros que estavam pescando no Mar do Sul da China.

Isso pode levar a uma escalada sem proporções.


Isso sim pode ser um cisne negro...

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Confiança do Consumidor e Produção Industrial nos EUA

Parece até repetição, mas temos que falar: saiu mais um número péssimo da economia norte-americana agora há pouco: a Confiança do Consumidor, medida pela Universidade de Michigan, apresentou o maior “miss” da história, com uma queda para 88,6, contra uma expectativa de 95,9.

Parece que a alta nos preços do petróleo vieram assombrar os consumidores, que já estão no limite com as novas regras (e custos) do Obamacare.

Além disso, a Produção Industrial de abril veio abaixo das expectativas (e o quinto mês seguido de baixa) – com o pior índice desde a grande recessão.

Realmente juros zero é o máximo que os americanos podem pagar. Por isso, acreditamos que não haverá alta de juros no curto-prazo.

O ouro e a prata estão subindo ainda mais, com provavelmente a melhor semana em meses...


quinta-feira, 14 de maio de 2015

PPI nos EUA

Os preços no atacado nos EUA tiveram uma deflação em abril, caindo 0,4% em comparação a março, implicando em um número abaixo do mínimo previsto pelos analistas. Aliás, desde 2010 não se via números assim (-1,3% nos últimos 12 meses).

É incrível o volume de indicadores que estão saindo agora como os piores desde 2009/10, quando estávamos no auge da crise. Isso nos faz pensar se realmente saímos da crise – como os BCs insistem em nos dizer – e se estamos na recuperação. Uma recuperação que já dura 6 anos com juros zero, QE1, QE2, QE3, operação twist, etc...

E ainda há analistas esperando uma alta nos juros americanos...


O ouro e a prata estão disparando, com ganhos de 3% e 7% ,respectivamente, nos últimos 3 dias. E para quem gosta de análise técnica, as cotações dos dois acabaram de passar os 200-Day Moving Average.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Vendas no Varejo

Acabou de sair o número de vendas no varejo dos EUA para abril. Mais uma decepção, com o crescimento mais lento desde 2009 (ano da suposta recuperação).

Não houve crescimento nesse indicador no mês, contra uma expectativa de crescimento de 0,2%.

Os indicadores estão piorando a olhos vistos e só não enxerga o imbróglio em que estamos quem não quer.

Mantemos nossa indicação de cautela para os investidores. Renda fixa (na maior parte) e uma exposição a metais preciosos é recomendável. O ouro continua subindo lá fora...

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Relatório de Emprego de Abril

A economia americana gerou 223 mil empregos em abril, um número bem próximo do esperado, que era de 228 mil.

Apesar desse pequeno gap, as Bolsas de Valores do mundo inteiro subiram forte após a divulgação desse número.

O número em si não diz muito, apesar de o acharmos um pouco fora da realidade. Para se ter uma ideia, de acordo com o BLS (Bureau of Labor Statistics), foram perdidos 3,3 mil empregos no setor de óleo e gás em abril, enquanto que a Challenger, uma empresa privada que vem acertando com uma frequência muito maior que o BLS, diz que foram perdidos quase 20 mil empregos nesse setor – o que, aliás, faz mais sentido.

O que realmente incentivou as Bolsas foi a revisão (já antecipada por nós) dos números de março – somente 85 mil empregos criados, o menor nível desde junho de 2012. Podemos esperar a revisão dos números de abril também. Com isso, os mercados acreditam que não haverá uma alta na taxa de juros nos EUA em junho. Bom, como já dito por nós inúmeras vezes, tampouco acreditamos em uma alta de juros nos EUA em 2015!

Com esse número, a taxa de desemprego nos EUA caiu de 5,5% para 5,4%, como esperado. Claro, essa taxa de desemprego é totalmente furada, na nossa opinião. Basta ver o número recorde de americanos sem trabalho: quase 94 milhões. Infelizmente, os salários não estão acompanhando esses “bons” números, com um crescimento de apenas 0,1%, contra expectativas de 0,2% - e a revisão dos números de março, de 0,3% para 0,2%.

Essa notícia também fez com que o ouro e a prata subissem no mercado internacional. Continuamos recomendando metais preciosos.

Mais uma vez, não vemos nenhuma recuperação na economia dos EUA e achamos que os investidores devem olhar o mercado com cautela.