quarta-feira, 8 de julho de 2015

Bolha Chinesa

Relatórios ainda mostram uma economia chinesa forte e pujante. Infelizmente, não é isso que enxergamos. Como já vimos mostrando desde 2013, a situação chinesa é bem diferente do que mostram as estatísticas e os dados do PIB.

Como Li Keqiang, vice Premiê da China, admitiu em 2007, não devemos confiar nos dados da economia chinesa, com exceção dos de consumo de eletricidade, de volume de carga transportada por ferrovia e de empréstimos bancários.

Então, vamos dar uma olhadinha nesses números, a começar pelo consumo de eletricidade:



Não nos parece um país em franco crescimento.

Se olharmos, então, para o volume de carga transportada por ferrovia, o problema fica ainda maior:



Por último, nos restam os empréstimos bancários. Esses sim estão em plena ascensão, o que tampouco é motivo para comemorações. Enquanto a economia da China cresceu US$4 trilhões nos últimos anos, o volume de empréstimos bancários (sem contar o shadow-banking, que é gigantesco) disparou para US$17 trilhões.

Como já apontamos no começo desse ano, a bolha chinesa estava prestes a estourar – vide gráfico abaixo (from zerohedge):


Não deveria ser uma surpresa para ninguém o que está acontecendo nas Bolsas desse país (quedas superiores a 30% nas últimas três semanas).

Para tentar mitigar essa queda e voltar com o bull market, o governo chinês está fazendo de tudo: diminuiu o compulsório, diminuiu a taxa de juros, diminuiu o valor das comissões, proibiu novos IPOs de virem a mercado (restringindo, assim, a oferta), proibiu fundos de pensão de vender suas ações e, por fim, criaram um fundo de quase US$50 bilhões para comprar ações.

Já vamos dizer de antemão que isso não vai funcionar. Nunca funcionou nem nunca funcionará. Para uma capitalização bursátil de cerca de US$8 trilhões, US$50 bilhões não é nada. Toda manipulação acaba um dia e é melhor acabar cedo do que tarde.

Estamos vendo riscos em todos os lugares do mundo e, na nossa visão, é necessário diversificar e ter uma parte do portfolio em ativos reais. Ouro e prata físicos continuam no topo da nossa lista.




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